Um homem e seu Criador
Lições da Bíblia
“Com suas primeiras palavras, Elifaz jamais ganharia um prêmio
por ‘tato e solidariedade’. Basicamente, ele estava dizendo que era fácil para
Jó ser uma luz e conforto a outras pessoas quando as coisas lhe iam bem. Mas,
depois que o mal lhe havia ocorrido, ele estava ‘perturbado’. Porém, ele não
deveria estar. Afinal de contas, Deus é justo e, portanto, o mal que nos
sobrevém é merecido.”1
“4. Leia Jó 4:12-21.
Que outro argumento Elifaz apresentou a Jó?”1
“12 Uma palavra se me disse em segredo; e
os meus ouvidos perceberam um sussurro dela. 13 Entre
pensamentos de visões noturnas, quando profundo sono cai sobre os homens,
14 sobrevieram-me o espanto e o tremor, e todos os meus
ossos estremeceram. 15 Então, um espírito passou por
diante de mim; fez-me arrepiar os cabelos do meu corpo; 16 parou ele, mas não lhe discerni a aparência; um vulto estava
diante dos meus olhos; houve silêncio, e ouvi uma voz: 17 Seria, porventura, o mortal justo diante de Deus? Seria,
acaso, o homem puro diante do seu Criador? 18 Eis que Deus não confia nos seus servos e aos seus anjos
atribui imperfeições; 19 quanto mais
àqueles que habitam em casas de barro, cujo fundamento está no pó, e são
esmagados como a traça! 20 Nascem de manhã e
à tarde são destruídos; perecem para sempre, sem que disso se faça caso.
21 Se se lhes corta o fio da vida, morrem e não atingem a
sabedoria.” (Jó 4:12-21 ARA)2.
“O ser humano é injusto e impuro; Deus não confia nos Seus
anjos, muito menos na humanidade; a vida é transitória. Elifaz tinha razão em
parte de seu raciocínio, mas omitiu a esperança do perdão, que nos torna dignos
na presença de Deus, e a promessa de vida eterna, que neutraliza o medo da
transitoriedade da vida.”1
“Há muitas coisas interessantes que poderíamos observar nesse
texto, inclusive a maneira pela qual aqueles homens entendiam a natureza e o
caráter do verdadeiro Deus, mesmo antes do surgimento da nação de Israel. O
livro de Jó nos revela que, de fato, outras pessoas além dos patriarcas e dos
israelitas tinham algum conhecimento do Senhor. Vemos Elifaz tentando defender o
caráter de Deus.”1
“O que Elifaz tinha ouvido em suas ‘visões noturnas’ era uma
teologia muito sólida e correta em muitos aspectos (veja Sl 103:14 [‘Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos
pó.’]2; Is 64:7 [‘Já ninguém há que
invoque o teu nome, que se desperte e te detenha; porque escondes de nós o rosto
e nos consomes por causa das nossas iniqüidades.’]; Rm 3:19, 20 [‘19
Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei
o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus,
20 visto que ninguém será justificado diante dele por
obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do
pecado.’]2). Nós, seres humanos, somos barro; somos
transitórios e podemos ser tão facilmente esmagados como a traça. E,
naturalmente, quem pode ser mais justo do que Deus?”1
“Por outro lado, as palavras de Elifaz foram banais e fora de
contexto. A questão com Jó não era se ele era melhor do que Deus. Não era essa a
queixa dele. A maior parte do tempo Jó falava de quanto ele era miserável,
quanto estava sofrendo, e não que ele fosse de algum modo mais justo do que
Deus.”1
“Elifaz, no entanto, parece ter interpretado tudo isso na fala
de Jó. Afinal, se Deus é justo, e o mal vem apenas sobre os maus, então Jó devia
ter feito algo para merecer o que estava passando. Portanto, as queixas de Jó
não eram justas. Ansioso para defender Deus, Elifaz começou a ‘dar um sermão’ em
Jó. Mais do que alguma sabedoria coletiva que ele acreditava ter sobre Deus,
Elifaz tinha algo mais: uma espécie de revelação sobrenatural que apoiava sua
posição. O único problema, no entanto, é que a posição que ele tomou estava
equivocada.”1
“Mesmo que estejamos certos em algum ponto, às vezes
podemos não expressar a questão da maneira mais útil e redentora. Como evitar
esse erro?”1
Terça-feira, 01 de novembro de 2016. Saiba mais, ouça o Comentário em áudio da Lição da Escola Sabatina (LES) ou se preferir faça um Curso Bíblico.
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1 LIÇÕES da escola sabatina. O livro de Jó. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 486, Out. Nov. Dez. 2016. Adulto, Professor.
2 BIBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
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