Perante o Sinédrio

Lições da Bíblia
“4. Leia Atos 7:1-53. O que Estêvão disse aos seus acusadores? Quais lições podemos aprender com suas palavras?”1
Atos (7:1-53 ARA)2: 1 Então, lhe perguntou o sumo sacerdote: Porventura, é isto assim? 2 Estêvão respondeu: Varões irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a Abraão, nosso pai, quando estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, 3 e lhe disse: Sai da tua terra e da tua parentela e vem para a terra que eu te mostrarei. 4 Então, saiu da terra dos caldeus e foi habitar em Harã. E dali, com a morte de seu pai, Deus o trouxe para esta terra em que vós agora habitais. 5 Nela, não lhe deu herança, nem sequer o espaço de um pé; mas prometeu dar-lhe a posse dela e, depois dele, à sua descendência, não tendo ele filho. 6 E falou Deus que a sua descendência seria peregrina em terra estrangeira, onde seriam escravizados e maltratados por quatrocentos anos;eu, disse Deus, julgarei a nação da qual forem escravos; e, depois disto, sairão daí e me servirão neste lugar. 8 Então, lhe deu a aliança da circuncisão; assim, nasceu Isaque, e Abraão o circuncidou ao oitavo dia; de Isaque procedeu Jacó, e deste, os doze patriarcas. 9 Os patriarcas, invejosos de José, venderam-no para o Egito; mas Deus estava com ele 10 e livrou-o de todas as suas aflições, concedendo-lhe também graça e sabedoria perante Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador daquela nação e de toda a casa real. 11 Sobreveio, porém, fome em todo o Egito; e, em Canaã, houve grande tribulação, e nossos pais não achavam mantimentos. 12 Mas, tendo ouvido Jacó que no Egito havia trigo, enviou, pela primeira vez, os nossos pais. 13 Na segunda vez, José se fez reconhecer por seus irmãos, e se tornou conhecida de Faraó a família de José.14 Então, José mandou chamar a Jacó, seu pai, e toda a sua parentela, isto é, setenta e cinco pessoas. 15 Jacó desceu ao Egito, e ali morreu ele e também nossos pais; 16 e foram transportados para Siquém e postos no sepulcro que Abraão ali comprara a dinheiro aos filhos de Hamor. 17 Como, porém, se aproximasse o tempo da promessa que Deus jurou a Abraão, o povo cresceu e se multiplicou no Egito, 18 até que se levantou ali outro rei, que não conhecia a José. 19 Este outro rei tratou com astúcia a nossa raça e torturou os nossos pais, a ponto de forçá-los a enjeitar seus filhos, para que não sobrevivessem. 20 Por esse tempo, nasceu Moisés, que era formoso aos olhos de Deus. Por três meses, foi ele mantido na casa de seu pai; 21 quando foi exposto, a filha de Faraó o recolheu e criou como seu próprio filho. 22 E Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras. 23 Quando completou quarenta anos, veio-lhe a ideia de visitar seus irmãos, os filhos de Israel.24 Vendo um homem tratado injustamente, tomou-lhe a defesa e vingou o oprimido, matando o egípcio. 25 Ora, Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio dele; eles, porém, não compreenderam. 26 No dia seguinte, aproximou-se de uns que brigavam e procurou reconduzi-los à paz, dizendo: Homens, vós sois irmãos; por que vos ofendeis uns aos outros? 27 Mas o que agredia o próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu autoridade e juiz sobre nós? 28 Acaso, queres matar-me, como fizeste ontem ao egípcio? 29 A estas palavras Moisés fugiu e tornou-se peregrino na terra de Midiã, onde lhe nasceram dois filhos. 30 Decorridos quarenta anos, apareceu-lhe, no deserto do monte Sinai, um anjo, por entre as chamas de uma sarça que ardia. 31 Moisés, porém, diante daquela visão, ficou maravilhado e, aproximando-se para observar, ouviu-se a voz do Senhor: 32 Eu sou o Deus dos teus pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Moisés, tremendo de medo, não ousava contemplá-la. 33 Disse-lhe o Senhor: Tira a sandália dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa. 34 Vi, com efeito, o sofrimento do meu povo no Egito, ouvi o seu gemido e desci para libertá-lo. Vem agora, e eu te enviarei ao Egito. 35 A este Moisés, a quem negaram reconhecer, dizendo: Quem te constituiu autoridade e juiz? A este enviou Deus como chefe e libertador, com a assistência do anjo que lhe apareceu na sarça.36 Este os tirou, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, assim como no mar Vermelho e no deserto, durante quarenta anos. 37 Foi Moisés quem disse aos filhos de Israel: Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim. 38 É este Moisés quem esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai e com os nossos pais; o qual recebeu palavras vivas para no-las transmitir. 39 A quem nossos pais não quiseram obedecer; antes, o repeliram e, no seu coração, voltaram para o Egito,40 dizendo a Arão: Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque, quanto a este Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu.41 Naqueles dias, fizeram um bezerro e ofereceram sacrifício ao ídolo, alegrando-se com as obras das suas mãos. 42 Mas Deus se afastou e os entregou ao culto da milícia celestial, como está escrito no Livro dos Profetas: Ó casa de Israel, porventura, me oferecestes vítimas e sacrifícios no deserto, pelo espaço de quarenta anos, 43 e, acaso, não levantastes o tabernáculo de Moloque e a estrela do deus Renfã, figuras que fizestes para as adorar? Por isso, vos desterrarei para além da Babilônia. 44 O tabernáculo do Testemunho estava entre nossos pais no deserto, como determinara aquele que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto. 45 O qual também nossos pais, com Josué, tendo-o recebido, o levaram, quando tomaram posse das nações que Deus expulsou da presença deles, até aos dias de Davi. 46 Este achou graça diante de Deus e lhe suplicou a faculdade de prover morada para o Deus de Jacó. 47 Mas foi Salomão quem lhe edificou a casa. 48 Entretanto, não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas; como diz o profeta: 49 O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? 50 Não foi, porventura, a minha mão que fez todas estas coisas? 51 Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis. 52 Qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e assassinos, 53 vós que recebestes a lei por ministério de anjos e não a guardastes.”.
“As acusações levantadas contra Estêvão o levaram à prisão e ao julgamento pelo Sinédrio. De acordo com a tradição judaica, a lei e os serviços do templo representavam dois dos três pilares sobre os quais o mundo estava fundamentado – o último era a prática das ‘boas obras’. A simples insinuação de que as cerimônias mosaicas haviam se tornado obsoletas era verdadeiramente considerada um ataque ao que havia de mais sagrado no judaísmo; daí a acusação de blasfêmia (At 6:11).”1
“A resposta de Estêvão é o discurso mais longo do livro de Atos, o que indica sua importância. Embora, à primeira vista, ele pareça apenas uma exposição tediosa da história de Israel, devemos entender o discurso em conexão com a aliança do Antigo Testamento e a maneira como os profetas usavam a estrutura dessa aliança quando se levantavam como reformadores religiosos para chamar Israel de volta às exigências da aliança. Eles costumavam empregar a palavra hebraica rîb, cuja melhor tradução provavelmente seja ‘processo judicial da aliança’, a fim de expressar a ação legal de Deus contra Seu povo, por causa da incapacidade dele de cumprir a aliança.”1
“Em Miqueias 6:1 e 2, por exemplo, rîb aparece três vezes. Seguindo o padrão da aliança do Sinai (Êx 20–23), Miqueias relembrou o povo dos atos poderosos de Deus em seu favor (Mq 6:3-5), das condições e violações da aliança (Mq 6:6-12) e, finalmente, das maldições que resultavam dessas violações (Mq 6:13-16).”1
“Esse provavelmente seja o pano de fundo do discurso de Estêvão. Quando solicitado a explicar suas ações, ele não fez nenhum esforço para refutar as acusações nem para defender sua fé. Em vez disso, ele ergueu a voz da mesma forma que os profetas antigos fizeram quando trouxeram o rîb de Deus contra Israel. Estêvão tinha o objetivo de ilustrar a ingratidão e a desobediência do povo.”1
“Em Atos 7:51-53, Estêvão já não era mais o réu, mas profeta de Deus, apresentando o ‘processo judicial’ contra os líderes. Se seus antepassados eram culpados de matar os profetas, eles o eram ainda mais. A mudança de ‘nossos pais’ (At 7:11, 19, 38, 44, 45) para ‘vossos pais’ (At 7:51, 52) é significativa: Estêvão pôs fim à sua solidariedade para com seu povo e tomou uma posição definitiva ao lado de Jesus. O custo seria enorme; no entanto, ele não revelou medo nem arrependimento.”1
“Qual foi a última vez que você precisou assumir uma posição firme e decidida a favor de Jesus? Você fez o que devia fazer ou vacilou?”1
Terça-feira, 24 de julho de 2018. Saiba mais, ouça o Comentário em áudio da Lição da Escola Sabatina (LES) ou se preferir faça um Curso Bíblico.
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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. O livro de Atos dos Apóstolos. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 493, jul. ago. set. 2018. Adulto, Professor.
2 BIBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

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