Jacó e Esaú
Lições da Bíblia1
Leia Gênesis 25:21-34. Compare as personalidades de Jacó e Esaú. Que qualidades de Jacó o predispuseram a ser digno da bênção de Isaque?
Gênesis 25:21-34 (ARA)2: “21 Isaque orou ao Senhor por sua mulher, porque ela era estéril; e o Senhor lhe ouviu as orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu. 22 Os filhos lutavam no ventre dela; então, disse: Se é assim, por que vivo eu? E consultou ao Senhor. 23 Respondeu-lhe o Senhor: Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá ao mais moço. 24 Cumpridos os dias para que desse à luz, eis que se achavam gêmeos no seu ventre. 25 Saiu o primeiro, ruivo, todo revestido de pelo; por isso, lhe chamaram Esaú. 26 Depois, nasceu o irmão; segurava com a mão o calcanhar de Esaú; por isso, lhe chamaram Jacó. Era Isaque de sessenta anos, quando Rebeca lhos deu à luz. 27 Cresceram os meninos. Esaú saiu perito caçador, homem do campo; Jacó, porém, homem pacato, habitava em tendas. 28 Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó. 29 Tinha Jacó feito um cozinhado, quando, esmorecido, veio do campo Esaú 30 e lhe disse: Peço-te que me deixes comer um pouco desse cozinhado vermelho, pois estou esmorecido. Daí chamar-se Edom. 31 Disse Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura. 32 Ele respondeu: Estou a ponto de morrer; de que me aproveitará o direito de primogenitura? 33 Então, disse Jacó: Jura-me primeiro. Ele jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó. 34 Deu, pois, Jacó a Esaú pão e o cozinhado de lentilhas; ele comeu e bebeu, levantou-se e saiu. Assim, desprezou Esaú o seu direito de primogenitura.”
Desde o ventre de sua mãe, percebemos que Jacó e Esaú eram diferentes e lutariam um contra o outro. Enquanto Esaú é descrito como perito caçador, homem do campo, Jacó é visto como alguém tranquilo, assentado à tenda e meditando. A palavra hebraica tam, traduzida como “pacato”, é a mesma aplicada a Jó e a Noé, traduzida como “íntegro” para Jó (Jó 8:20) e “justo” para Noé (Gn 6:9).
Essa diferença de caráter se tornaria evidente mais tarde (Gn 27– 28:5). Quando Esaú chegou em casa cansado e com fome, Jacó havia preparado lentilhas para si. Para Esaú, o prazer imediato visível e físico do alimento (Gn 25:32) foi mais importante do que a bênção futura associada ao seu direito de primogenitura (compare com Hb 12:16, 17 [“16 nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura. 17 Pois sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado.”]).
“As promessas feitas a Abraão e confirmadas ao seu filho eram consideradas por Isaque e Rebeca o grande objetivo de seus desejos e esperanças. Esaú e Jacó estavam familiarizados com essas promessas. Foram ensinados a considerar a primogenitura algo de grande importância, pois incluía não somente a herança das riquezas terrestres, mas também a liderança espiritual. Aquele que a recebia devia ser o sacerdote da família, e na linhagem de sua posteridade viria o Redentor do mundo” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 143 [177]).
Para Jacó, em contraste com seu irmão, o significado espiritual da bênção era o que importava. No entanto, depois, instigado por sua mãe (Gn 27), Jacó enganou seu pai de maneira aberta e proposital, até mesmo usando o nome do “Senhor, seu Deus” (Gn 27:20) ao perpetrar o artifício. Ele cometeu esse engano terrível, ainda que por algo que sabia ser bom.
Os resultados foram trágicos, acrescentando mais disfunções a uma família já disfuncional.
Jacó queria algo bom, algo de valor, e isso era admirável (especialmente em comparação com a atitude de seu irmão); porém enganou e mentiu para conseguir seu propósito. Como podemos evitar cair em armadilha semelhante?
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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Gênesis. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 508, abr. maio jun. 2022. Adulto, Professor.
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
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