A incansável fidelidade do Senhor
Lições da Bíblia1
1. Leia o Salmo 78. Quais três épocas históricas principais são destacadas nesse salmo? Que lições recorrentes Asafe tira de cada período?
Salmo 78 (NAA)2: “1 Meu povo, escute a minha lei; dê ouvidos às palavras da minha boca. 2 Abrirei os meus lábios para proferir parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos. 3 O que ouvimos e aprendemos, o que os nossos pais nos contaram, 4 não o encobriremos a seus filhos; contaremos à geração vindoura os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez. 5 Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou aos nossos pais que os transmitissem a seus filhos, 6 a fim de que a nova geração os conhecesse, e os filhos que ainda hão de nascer se levantassem e, por sua vez, os contassem aos seus descendentes; 7 para que pusessem a sua confiança em Deus e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos; 8 e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus.
9 Os filhos de Efraim, embora armados com arcos, bateram em retirada no dia do combate. 10 Não guardaram a aliança de Deus, não quiseram andar na sua lei; 11 esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes havia mostrado. 12 Deus fez prodígios na presença de seus pais na terra do Egito, no campo de Zoã. 13 Dividiu o mar e os fez passar por ele; fez parar as águas como um montão. 14 Durante o dia, os guiou com uma nuvem e de noite, com um clarão de fogo. 15 No deserto, fendeu rochas e lhes deu de beber abundantemente como de abismos. 16 Da pedra fez brotar torrentes, fez manar água como rios. 17 Mas, ainda assim, continuaram a pecar contra ele e se rebelaram, no deserto, contra o Altíssimo. 18 Tentaram a Deus no seu coração, pedindo alimento que lhes fosse do gosto. 19 Falaram contra Deus, dizendo: “Será que Deus pode preparar-nos uma mesa no deserto? 20 É verdade que ele feriu a rocha, e dela manaram águas, transbordaram as torrentes. Mas será que ele pode dar-nos pão também? Ou fornecer carne para o seu povo?” 21 Ouvindo isto, o Senhor ficou indignado; acendeu-se fogo contra Jacó, e também se levantou o seu furor contra Israel, 22 porque não creram em Deus, nem confiaram na sua salvação. 23 Mesmo assim, deu ordens às nuvens e abriu as portas dos céus; 24 fez chover maná sobre eles, para alimentá-los, e lhes deu cereal do céu. 25 Todos comeram o pão dos anjos; ele enviou-lhes comida à vontade. 26 Fez soprar no céu o vento do Oriente e pelo seu poder conduziu o vento do Sul. 27 Também fez chover sobre eles carne como poeira e aves numerosas como a areia do mar. 28 Fez com que caíssem no meio do arraial deles, ao redor de suas tendas. 29 Então comeram e se fartaram a valer; pois lhes fez o que desejavam. 30 Porém não reprimiram o apetite. Ainda tinham o alimento na boca, 31 quando se elevou contra eles a ira de Deus, e entre os seus mais robustos semeou a morte, e prostrou os jovens de Israel. 32 Apesar de tudo isso, continuaram a pecar e não creram nas maravilhas de Deus. 33 Por isso, ele fez com que os seus dias se dissipassem num sopro e os seus anos, em súbito terror. 34 Quando os fazia morrer, eles o buscavam; arrependidos, procuravam Deus. 35 Lembravam-se de que Deus era a sua rocha e o Deus Altíssimo, o seu Redentor. 36 Lisonjeavam-no, porém de boca, e com a língua lhe mentiam. 37 Porque o coração deles não era firme para com ele, nem foram fiéis à sua aliança. 38 Ele, porém, que é misericordioso, perdoa a iniquidade e não destrói; muitas vezes desvia a sua ira e não desperta toda a sua indignação. 39 Lembra-se de que eles são simples mortais, vento que passa e não volta mais. 40 Quantas vezes se rebelaram contra ele no deserto e nos lugares áridos lhe causaram tristeza! 41 Tornaram a pôr Deus à prova, ofenderam o Santo de Israel. 42 Não se lembraram do poder dele, nem do dia em que os resgatou do adversário; 43 de como no Egito ele operou os seus sinais e os seus prodígios, no campo de Zoã; 44 e transformou em sangue os rios deles, para que das suas correntes não bebessem. 45 Enviou contra eles enxames de moscas que os devorassem e rãs que os destruíssem. 46 Entregou às lagartas as suas colheitas e aos gafanhotos, o fruto do seu trabalho. 47 Com chuvas de pedra lhes destruiu as vinhas e os seus sicômoros, com geada. 48 Entregou ao granizo o gado deles e aos raios, os seus rebanhos. 49 Lançou contra eles o furor da sua ira: cólera, indignação e calamidade, legião de anjos portadores de males. 50 Deu livre curso à sua ira; não poupou da morte a alma deles, mas entregou a vida deles à peste. 51 Matou todos os primogênitos no Egito, as primícias do vigor nas tendas de Cam. 52 Fez sair o seu povo como ovelhas e o guiou pelo deserto, como um rebanho. 53 Dirigiu-o com segurança, e não tiveram medo, ao passo que o mar submergiu os seus inimigos. 54 Levou-os até a sua terra santa, até o monte que a sua mão direita adquiriu.
55 Da presença deles expulsou as nações, cuja região repartiu com eles por herança; e nas suas tendas fez habitar as tribos de Israel. 56 Ainda assim, tentaram o Deus Altíssimo, e a ele resistiram, e não lhe guardaram os testemunhos. 57 Tornaram atrás e foram infiéis como os seus pais; desviaram-se como um arco enganoso. 58 Pois o provocaram à ira com os seus lugares altos e com as suas imagens de escultura despertaram o seu ciúme. 59 Deus ouviu isso e se indignou; rejeitou completamente o povo de Israel. 60 Por isso, abandonou o tabernáculo de Siló, a tenda de sua morada aqui na terra, 61 e passou a arca da aliança ao cativeiro, e a sua glória, à mão do adversário. 62 Entregou o seu povo à espada e se encolerizou contra a sua própria herança. 63 O fogo devorou os jovens deles, e as suas donzelas não tiveram canto nupcial. 64 Os seus sacerdotes caíram à espada, e as suas viúvas não fizeram lamentações.
65 Então o Senhor despertou como de um sono, como um valente que grita excitado pelo vinho; 66 fez recuar a golpes os seus adversários e os entregou a perpétuo desprezo. 67 Além disso, rejeitou a tenda de José e não elegeu a tribo de Efraim. 68 Pelo contrário, escolheu a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava. 69 E construiu o seu santuário durável como os céus e firme como a terra que estabeleceu para sempre. 70 Também escolheu o seu servo Davi, e o tirou do aprisco das ovelhas, 71 do cuidado das ovelhas e suas crias, para ser o pastor de Jacó, seu povo, e de Israel, sua herança. 72 E ele os apascentou segundo a integridade do seu coração e os dirigiu com sábias mãos.”
As revisões do passado de Israel destacam a fidelidade de Deus e a infidelidade do povo. Elas também servem para ensinar as novas gerações a não repetir os erros de seus antepassados, mas a confiar em Deus e a permanecer fiéis à Sua aliança. O salmista usa a história como uma parábola (Sl 78:2), o que significa que o povo deve ponderar sobre a mensagem do salmo e procurar o significado dela. O Salmo 78:2 é uma descrição profética do método de Jesus de ensinar por parábolas (Mt 13:34, 35). O salmo também reflete sobre o Êxodo (Sl 78:9-54), o assentamento em Canaã (Sl 78:55-64) e a época de Davi (Sl 78:65-72). Demonstra os atos gloriosos do Senhor e as consequências da quebra da aliança. A história de Israel relata muitas formas de deslealdade do povo a Deus, especialmente sua idolatria (Sl 78:58).
No entanto, o salmista enfatizou a raiz da infidelidade de Israel: eles esqueceram o que Deus havia feito por eles, não confiaram Nele, colocaram-No à prova (Sl 78:18, 41, 56), se rebelaram contra Ele e falharam em guardar Sua lei, Sua aliança e Seus testemunhos (Sl 78:10, 37, 56). Ao enfatizar essas formas específicas de deslealdade, o salmista sugere que a rejeição de Israel na história resultou de um pecado central, a saber, o fracasso do povo em confiar no Senhor (Sl 78:7, 8).
Ficamos perplexos com a teimosia e cegueira do povo, em contraste com a paciência e a graça do Senhor. Como as novas gerações demoraram tanto a aprender?
Antes de criticarmos as gerações passadas, devemos pensar em nós mesmos. Não costumamos também nos esquecer das maravilhas que Deus já realizou e negligenciar Suas exigências da aliança? O Salmo 78 não encoraja as pessoas a confiar em suas próprias ações, mas mostra a futilidade da vontade humana, a menos que esteja fundamentada na constante consciência da fidelidade de Deus e na aceitação de Sua graça. As batalhas malsucedidas do povo de Deus (Sl 78:9, 62-64) elucidam a lição do salmo de que os esforços humanos, separados da fidelidade a Deus, estão condenados ao fracasso.
Que lições você aprendeu, ou deveria ter aprendido, com seus erros passados?
Domingo, 03 de março de 2024. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico.
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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. O livro dos Salmos. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 515, jan. fev. mar. 2023. Adulto, Professor.
2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
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