Companheiros de jejum (Is 58:1-8)
Lições da Bíblia1
6. Qual é o “jejum” referido em Isaías 58:3?
Isaías 58:3 (ARA)2: “dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta? Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho.”
Esse deve ser o jejum do Dia da Expiação, o único jejum ordenado por Deus (Lv 16:29, 31; 23:27-32). Isso é confirmado em Isaías 58:3 pela expressão análoga “nos humilhamos” [“afligimos a nossa alma”, ARA], que segue a terminologia de Levítico. Humilhar-se/afligir-se refere-se a várias formas de abnegação, incluindo o jejum (Sl 35:13; Dn 10:2, 3, 12).
O contexto do Dia da Expiação explica o mandamento de Deus: “Ergue a voz como a trombeta” (Is 58:1). Essa espécie de trombeta de chifre de carneiro, chamada shofar, deveria ser tocada como memorial ou lembrete dez dias antes do Dia da Expiação (Lv 23:24). Além disso, a cada cinquenta anos, no Dia da Expiação, ela devia anunciar o início do ano do Jubileu, o ano da liberdade (Lv 25:9, 10; compare com Is 27:13).
7. Leia Isaías 58:3-7. Do que o Senhor estava reclamando a eles? O que havia de errado com o “jejum” do povo?
Isaías 58:3-7 (ARA)2: “3 dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta? Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. 4 Eis que jejuais para contendas e rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto. 5 Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao Senhor? 6 Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? 7 Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?”
Parece que o povo esperava que o Senhor o parabenizasse por sua “piedade”. Evidentemente, ele tinha entendido tudo ao contrário. Praticar a abnegação no Dia da Expiação era expressar gratidão e lealdade a Ele no dia em que o sumo sacerdote se apresentava diante de Deus para purificar o santuário e, assim, purificar cada um dos pecados dos quais o povo já havia sido perdoado ao longo do ano (Lv 16; compare com o capítulo 4). Os atos do povo deveriam ser realizados em reconhecimento e gratidão ao Deus que o tinha salvado no dia do juízo, e não a fim de obter a aprovação do Senhor pela “piedade” e “devoção” dele. Afinal, os pecados do povo haviam contaminado o santuário de Deus. Esse santuário tinha que ser purificado com sangue derramado por causa do que o povo havia feito.
8. Uma das lições cruciais desses textos é mostrar a diferença entre ser meramente religioso e ser verdadeiramente seguidor de Cristo. Como vemos a diferença nesses textos? Enfrentamos o mesmo perigo apresentado nessa passagem, isto é, crer que nossos rituais religiosos de alguma forma revelam que estamos realmente obedecendo ao Senhor como Ele nos pede?
Isaías apresentou as palavras de tristeza e repreensão da parte de Deus com o tipo de jejum que o povo oferecia: um jejum hipócrita, muito preocupado com as aparências exteriores. Infelizmente, hoje podemos incorrer no mesmo erro de pensar que os rituais e símbolos que servem para representar a Deus sejam o próprio Deus.
Terça-feira, 09 de março de 2021. Saiba mais, faça um Curso Bíblico.
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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Isaías: Consolo para o povo de Deus. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 503, jan. fev. mar. 2021. Adulto, Professor.
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
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