A cruz e o custo do perdão

 Lições da Bíblia1

4. O que é dito sobre a obra de Cristo no santuário celestial? Hb 9:22-28

Hb 9:22-28 (ARA)2: “22 Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão. 23 Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores. 24 Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus; 25 nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. 26 Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado. 27 E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, 28 assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.”

A ideia de que o santuário celestial precisava ser purificado fazia sentido no contexto do santuário do AT, que é um símbolo do governo divino (1Sm 4:4; 2Sm 6:2), e a maneira pela qual Deus lida com o pecado de Seu povo afeta a percepção da justiça de Seu governo (Sl 97:2). Sendo Governante, Deus é o Juiz de Seu povo e espera-se que Ele seja justo, vindicando os inocentes e condenando os culpados. Portanto, quando perdoa o pecador, Ele carrega a responsabilidade judicial. O santuário, que representa o caráter e o governo divinos, está contaminado, pois Deus carrega nossos pecados quando nos perdoa (Êx 34:7; Nm 14:17-19, a palavra hebraica original para “perdoar” [nose] nesses versos significa “carregar, suportar”).

O sistema de sacrifícios no santuário israelita ilustra esse ponto. Quando alguém buscava perdão, trazia um animal como sacrifício em seu favor, confessava seus pecados sobre ele e o abatia. O sangue era borrifado nas pontas do altar ou aspergido diante do véu do templo no primeiro compartimento. Desse modo, o pecado era simbolicamente transferido para o santuário. Deus carregava os pecados do povo.

No sistema israelita, a purificação ou expiação dos pecados ocorria em duas etapas. Durante o ano, pecadores arrependidos traziam sacrifícios para o santuário. Esses sacrifícios purificavam as pessoas de seus pecados e os transferiam para o santuário, para o próprio Deus. No fim do ano, no Dia da Expiação, que era o dia do juízo, Deus purificava o santuário, liberando Sua responsabilidade judicial ao transferir os pecados para o bode expiatório, Azazel, que representava Satanás (Lv 16:15-22).

Esse sistema de duas fases, representadas pelos dois compartimentos no santuário terrestre, modelo do santuário celestial (Êx 25:9; Hb 8:5), permitia que Deus mostrasse misericórdia e justiça ao mesmo tempo. Quem confessava os pecados durante o ano mostrava lealdade a Deus observando um descanso solene e afligindo-se no Dia da Expiação (Lv 16:29-31). Aqueles que não mostravam lealdade eram eliminados (Lv 23:27-32).

Pense no que você enfrentaria se tivesse que receber o castigo justo por seus pecados. Como isso o ajuda a entender o que Cristo fez por você?

Quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Hebreus mensagem para os últimos dias. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 507, jan. fev. mar. 2022. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

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