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 Lições da Bíblia1

3. Leia Gênesis 11:1-4. Por que as pessoas de “toda a terra” estavam tão ansiosas para alcançar a unidade?

Gênesis 11:1-4 (ARA)2: “1 Ora, em toda a terra havia apenas uma linguagem e uma só maneira de falar. 2 Sucedeu que, partindo eles do Oriente, deram com uma planície na terra de Sinar; e habitaram ali. 3 E disseram uns aos outros: Vinde, façamos tijolos e queimemo-los bem. Os tijolos serviram-lhes de pedra, e o betume, de argamassa. 4 Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra.

A frase “toda a terra” refere-se a um pequeno número de pessoas, as que viviam na época após o dilúvio. O motivo dessa reunião está claramente indicado: queriam construir uma torre para chegar aos céus (Gn 11:4). Na verdade, sua real intenção era ocupar o lugar do próprio Deus, o Criador. A descrição das intenções e atitudes do povo ecoam as intenções e ações divinas no relato da criação: “e disseram” (Gn 11:3, 4; compare com Gn 1:6, 9, 14, etc.); “Vamos fazer” (Gn 11:3, 4; compare com Gn 1:26). A sua intenção ficou explicitamente declarada: “‘tornemos célebre o nosso nome’” (Gn 11:4), expressão que se destina exclusivamente a Deus (Is 63:12, 14).

Em suma, os construtores de Babel alimentavam a ambição equivocada de substituir Deus, o Criador (sabemos quem inspirou isso, não é mesmo? [Is 14:14]). A lembrança do dilúvio deve ter desempenhado uma função nesse plano. Eles construíram uma torre alta para sobreviver a outra inundação, se houvesse, apesar da promessa divina. A memória do dilúvio foi preservada na tradição babilônica, embora distorcida, em conexão com a construção de Babel (Babilônia). Esse esforço para alcançar o céu e usurpar o lugar de Deus, de fato, caracterizaria o espírito de Babilônia.

Por isso, a história da torre de Babel também é um tema tão importante no livro de Daniel. A referência a Sinar, no início do relato sobre a torre de Babel (Gn 11:2), reaparece no livro de Daniel, designando o lugar para onde Nabucodonosor levou os utensílios do templo de Jerusalém (Dn 1:2). Entre outras passagens do livro, o episódio de Nabucodonosor erguendo a estátua de ouro, provavelmente no mesmo lugar, na mesma “planície”, é o que mais ilustra esse estado de espírito. Em suas visões do fim, Daniel viu o mesmo cenário das nações da Terra se reunindo contra Deus (Dn 2:43; 11:43-45; compare com Ap 16:15, 16), embora essa tentativa falhe, como também aconteceu com Babel.

Um escritor francês disse que o propósito da humanidade era tentar “ser Deus”. O que há em nós, a começar com Eva (Gn 3:5), que é atraído para essa mentira perigosa?

Terça-feira 26 de abril de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Gênesis. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 508, abr. maio jun. 2022. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

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