Pregando aos espíritos na prisão

 Lições da Bíblia1

4. Leia 1 Pedro 3:13-20. Como Cristo pregou “aos espíritos em prisão […] nos dias de Noé”? (Veja também Gn 4:10.)

1 Pedro 3:13-20 (ARA)2: “13 Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos do que é bom? 14 Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados; 15 antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, 16 fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo, 17 porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal. 18 Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, 19 no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão20 os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água,

Gn 4:10 (ARA)2: “E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim.”

Comentaristas que creem na imortalidade da alma apontam que Cristo pregou “aos espíritos em prisão” (1Pe 3:19) enquanto descansava na tumba. Para eles, Seu espírito foi para o inferno e pregou aos espíritos desencarnados dos antediluvianos.

No entanto, essa ideia fantasiosa é biblicamente inaceitável, pois não há uma segunda oportunidade de salvação para os mortos (Hb 9:27, 28). Então, por que Jesus pregaria para aqueles que não tinham mais chance de salvação?

Aliás, essa teoria contradiz o ensino bíblico de que os mortos permanecem inconscientes na sepultura até a ressurreição final (Jó 14:10-12; Sl 146:4; Ec 9:5, 10; 1Co 15:16-18; 1Ts 4:13-15).

Além disso, se esse verso quisesse dizer que Jesus, enquanto esteve no túmulo, desceu ao inferno e pregou aos ímpios antediluvianos, por que somente eles ouviram Sua mensagem? Não havia outros perdidos “queimando no inferno” com eles?

Também não faz sentido sugerir que Cristo tivesse pregado aos anjos caídos que foram desobedientes nos dias de Noé. Enquanto os “espíritos em prisão” são descritos como desobedientes “noutro tempo” (1Pe 3:19, 20), a Bíblia fala que os anjos maus ainda hoje são desobedientes (Ef 6:12; 1Pe 5:8). Além disso, sobre os anjos caídos, “Ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia” (Jd 6), sem nenhuma oportunidade de salvação.

Devemos notar que, em 1 Pedro 3, os “espíritos em prisão” do verso 19 são identificados no verso 20 como os antediluvianos “desobedientes” nos “dias de Noé”. O termo espírito (gr. pneuma) é usado nesse texto e em outras partes do NT (1Co 16:18; Gl 6:18), em referência a pessoas vivas que podem ouvir e aceitar o convite da salvação. A expressão “na prisão” obviamente não se refere a uma prisão literal, mas à prisão do pecado em que se encontra a natureza humana não regenerada (Rm 6:1-23; 7:7-25).

A pregação aos antediluvianos foi realizada por Noé, que foi instruído por Deus (Hb 11:7) e se tornou “pregador da justiça” para seus contemporâneos (2Pe 2:5). Pedro enfatizou o que significa ser fiel; ele não tratou do tema do estado dos mortos.

Quarta-feira, 23 de novembro de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Vida, morte e eternidade. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 510, out. nov. dez. 2022. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

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