O juízo final

 Lições da Bíblia1

Para muitos, a ideia de julgamento significa condenação. Embora isso faça parte do processo, não devemos nos esquecer de que ele tem um lado positivo, pois também envolve a vindicação dos justos. Daniel se referiu a um juízo do tempo do fim em favor dos “santos do Altíssimo” (Dn 7:22). O juízo inclui os dois aspectos: “Ouve Tu nos Céus, age e julga os Teus servos, condenando o ímpio, fazendo com que pague por seus atos, e justificando o justo, para lhe retribuíres segundo a sua justiça” (1Rs 8:32).

1. Leia Mateus 25:31-46 e João 5:21-29. Como Cristo apontou para os conceitos de condenação e vindicação no juízo final?

Mateus 25:31-46 (ARA): “31 Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; 32 e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; 33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; 34 então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. 35 Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; 36 estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. 37 Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? 38 E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? 39 E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? 40 O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. 41 Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; 43 sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. 44 E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? 45 Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. 46 E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna.

João 5:21-29 (ARA): “21 Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer. 22 E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento, 23 a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou. 24 Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. 25 Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão. 26 Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo. 27 E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem. 28 Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: 29 os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.

Alguns afirmam que as expressões “não é julgado” (Jo 3:18) e “não será julgado” (Jo 5:24) significam que aqueles que estão em Cristo não serão julgados de forma alguma. Porém, elas indicam que os crentes não são condenados no juízo. Portanto, os textos devem ser entendidos como “não é condenado” (Jo 3:18) e “não entrará em condenação” (Jo 5:24).

Em suma, nosso destino é determinado na vida presente. Os que estão em Cristo têm assegurada sua vindicação no juízo, e os que não estão em Cristo permanecem sob condenação. Ao descrever o julgamento (Mt 25:31- 46), Jesus mencionou a presença não apenas dos cabritos (ímpios), mas também das ovelhas (justos). “É necessário que todos nós compareçamos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2Co 5:10).

Ao refletir sobre o juízo, devemos ter em mente que somos salvos pela graça (Is 55:1; Ef 2:8-10), justificados pela fé (Gn 15:6; Rm 5:1) e julgados pelas obras (Ec 12:14; Mt 25:31-46; Ap 20:11-13). A base do juízo é a lei moral resumida nos Dez Mandamentos (Ec 12:13, 14; Tg 1:25; 2:8-17). As obras são evidências externas da genuinidade da experiência salvífica e, consequentemente, serão avaliadas no juízo.

Lembre-se: não existe um decreto divino arbitrário que eleja alguns para a salvação e outros para a perdição. Cada um é responsável por seu próprio destino.

No fim, o juízo não é o momento em que Deus decide nos aceitar ou rejeitar, mas o momento em que Ele indica qual é nossa escolha final, se O aceitamos ou não, uma escolha manifestada pelas nossas obras ao longo do tempo.

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Vida, morte e eternidade. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 510, out. nov. dez. 2022. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

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